A coleção Plaquetas Nephelibatas retomam um tipo de publicação muito popularizada pelos Simbolistas franceses, a plaquette, pequeno volume de poucas páginas, composto por um texto completo, seja em prosa ou verso. Nesta coleção procura-se publicar sempre, quando não um texto completo – um conto ou um poema longo –, ao menos um conjunto de poemas que levam um mesmo título, parte de uma obra maior. A idéia aqui é apresentar uma "amostra" de um autor, poeta ou contista. Os volumes de poesia estrangeira, por princípio, são edições bilíngües. [Organização de Camilo Prado]
O formato das Plaquetas é de 12x16cm, com um número de páginas que varia, normalmente, entre 32 e 40 págs.
Ilustração na caixa: Reflexão (2008), de Aline Daka.

Atenção : Devido ao elevado custo e ao trabalho (chatíssimo!) de fazer algo tão delicado, encerro aqui esta coleção. Também lamento, mas é preciso ter coragem de abandonar algumas coisas para ter mais tempo de se dedicar a outras.  Grato aos autores, tradutores e leitores. 


[esgotada]





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Fazıl Hüsnü Dağlarca – Poemas do Mediterrâneo
Plaqueta em papel pólen bold, 36págs.
Formato 12x16cm.
Tiragem de 50 exemplares.
Edição bilíngüe: turco/português.
Tradução: Miguel Sulis & Marcelo Jolkesky.
Fazıl Hüsnü Dağlarca (1914-2008):
Poemas do Mediterrâneo (Akdeniz Şiirleri) de A Agonia do Ocidente (Batı Acısı), 1958.


"Nascido em 1914 em Istambul, entre o leste e o oeste, Fazıl Hüsnü Dağlarca, um dos mais traduzidos poetas turcos contemporâneos, é poeta de uma língua, em que uma palavra pode representar a função e significado de uma sentença, propriedade – talvez tão exótica para nós como a literatura nesse idioma gravada – que cerra a estrutura poética e adensa o verso, por vezes, em palavras únicas, despidas das roupas e lembranças em uma quietude dos céus. Palavras, trazidas à Turquia de uma primeira viagem à França e à Itália no início da quinta década do século XX, compõem A agonia do ocidente, volume a que pertencem os Poemas do Mediterrâneo, que aqui figuram em tradução." [Miguel Sulis].





Canto de guerra das coisas - Joaquin Pasos
Plaqueta em papel pólen bold, 36págs.
Formato 12x16cm.
Tiragem de 50 exemplares.
Edição bilíngüe: espanhol/português.
Joaquin Pasos (1914-1947): Canto de Guerra das Coisas (Canto de Guerra de las Cosas).
Tradução e organização de Camilo Prado.


"Joaquin Pasos nasceu em 14 de maio de 1914, em Granada, Nicarágua. Por volta de 1927, morando temporariamente em Manágua, e com apenas 14 anos de idade, impressionou José Coronel Urtecho e os poetas de vanguarda com seus versos, a partir daí incentivados e publicados por eles. Dois anos depois ingressaria no grupo vanguardista, e passaria a residir na capital. Com a rapidez e o fulgor de um messias, Joaquin Pasos tornou-se um nome de referência na poesia hispano-americana. Anticlerical, antiamericano e satírico — foi por isso mandado à prisão várias vezes — publicou apenas em jornais e revistas, sendo seus livros publicados postumamente. Seu Canto de guerra das coisas — escrito sob a sombra da situação política da Nicarágua e das notícias vindas da Europa sobre a segunda guerra mundial — é um de seus últimos poemas, espécie de escrito-testamento. Joaquin faleceu em 20 de janeiro de 1947, aos 32 anos, devido ao excesso de álcool." [Camilo Prado].






Segredos - Konstantinos P. Kaváfis
Plaqueta em papel pólen bold, 36págs.
Formato 12x16cm.
(2a.) Tiragem de 50 exemplares.
Edição bilíngüe: grego/português.
Konstantinos P. Kaváfis (1863-1933): Segredos (Κρυμμένα) de Poemas ocultos (1968).
Tradução: Miguel Sulis, Marcelo Jolkesky, Apóstolo Nicolacópulos


"A presente edição traz uma seleção dos chamados “poemas inéditos” de Konstantinos Kaváfis (1863–1933), publicados pela primeira vez em 1968 e atualmente conhecidos como “poemas ocultos”, pois que foram “ocultados” pelo poeta no seu arquivo ou se achavam ocultos entre os papéis de amigos e parentes. Cuidadosamente catalogados pelo poeta, esses poemas diferem dos chamados “canônicos” pela sua escolha de não publicá-los; muitos trazem a nota “não para publicação, mas pode ficar aqui” em grego ou inglês, e em algumas variações. Em suma, são poemas que não foram publicados (como os “poemas canônicos”), e tampouco foram renegados (como os “poemas rejeitados”). Os versos aqui selecionados são em sua maioria sensuais, à exceção talvez de “Segredos”, poema que dá título a essa amostra dos escritos velados de Kaváfis, outrora guardados e esquecidos, pelo próprio poeta, como em mausoléus..." [Miguel Sulis].






O noivado do sepulchro - Soares de Passos
Plaqueta em papel pólen bold, 36págs.
Formato 12x16cm.
Tiragem de 50 exemplares.
Soares de Passos [1826-1860]: O Noivado do Sepulchro.
Gleiton Lentz, curador.
A presente edição segue a grafia do português da época, 1870.


"No ano de 1855, António Soares de Passos, poeta lusitano, publicava sua primeira e única coletânea de versos intitulada Poesias. Sem símiles no período em que fora escrita, a obra – ambientada em meio a túmulos e lousas de pátina nuança e a paisagens autunais de funda melancolia – se apresenta como um verdadeiro epitáfio no contexto literário da época. Nascido em 21 de novembro de 1826, na cidade do Porto, filho da pequena burguesia liberal, Soares de Passos, aos vinte anos de idade, partiu para Coimbra, onde começou a escrever e onde fundou o jornal literário O Novo Trovador, para o qual colaboraram diversos poetas da segunda geração romântica de Portugal. Sua poesia, inscrita na atmosfera de seu tempo, imersa no ideário ultra-romântico, paira sobre uma temática simultaneamente sombria e reivindicativa. Reivindicativa porque, ao lado de uma lírica ultra-romântica, apresenta também textos de protesto, que advogam valores de progresso e liberdade; cumpre notar que parte de suas composições se tornaram muito populares à época, sendo recitadas em ceias, sarais, na companhia de uma triste música toada por um piano, como ocorrera com a balada O Noivado do Sepulchro." [Gleiton Lentz].






A causa secreta - Machado de Assis
Plaqueta em papel pólen bold, 36págs.
Formato 12x16cm.
Tiragem de 50 exemplares.
Machado de Assis (1839-1908): A causa secreta [conto de Varias historias, 1896].
Esta edição segue a grafia antiga.


"A Nephelibata oportuna aqui, aos seus raros leitores, a leitura de um conto — no original — do tão louvado mestre da prosa brasileira, Machado de Assis. Visto não subestimar a inteligência de seus leitores, apresenta-se, como de costume, o texto original, sem a habitual atualização gramatical, que parece um grande contra-senso, no caso especial de Machado Assis, que, por quase um século, é uma referência para a língua portuguesa brasileira. A causa secreta é um dos seus mais conhecidos contos e lendo-o tal como foi escrito, possibilitará ao leitor um sabor distinto, raro de se encontrar, do qual esta plaqueta é apenas uma amostra. Que a tenha o leitor como um exemplar de uma língua, talvez, já morta..." [Camilo Prado].






A festa familiar em casa do Teles - Adelino Magalhães
Plaqueta em papel pólen bold, 36págs.
Formato 12x16cm.
(2a.) Tiragem de 50 exemplares.
Adelino Magalhães (1887-1969): A festa familiar em casa do Teles [conto de Visões, Cenas e Perfis, 1918].


"Adelino Magalhães, anos antes do advento do Surrealismo, do monumental Ulisses de James Joyce e da escritura dos burgueses “modernistas” brasileiros, já havia criado tudo. Daí ser-lhe atribuído — por Andrade Muricy e Xavier Placer — o termo precursor. Mesclando linguagem áspera e poética, chula e bíblica, ele é uma espécie de anjo do subúrbio, um maldito intelectual de ânsia masturbadora, autor de memoráveis histórias: A galinha; O suicídio da Engole-homem; A agonia de Venâncio; As bizuquinhas; Um prego! Mais outro prego!...; A greve. Além de precursor, no Brasil, da escrita automática e do estilo cinematográfico. A “ilha” Adelino Magalhães nasceu em 1887, na cidade de Rio de Janeiro, e, na mesma, faleceu em 1969. Publicou: Casos e Impressões (1916); Visões, Cenas e Perfis (1918); Tumulto da Vida (1920); Inquietude (1922); A Hora Veloz (1926); Os Violões (1927); Câmera (1928); Os Marcos da Emoção (1933), entre outros títulos. Dele, a Nephelibata publica também a novela Avante! Avante! e A greve — e outros contos; cumprindo assim seu dever para com nosso maior literato." [Camilo Prado].






A quimera - Dino Campana
Plaqueta em papel pólen bold, 36págs.
Formato 12x16cm.
Tiragem de 50 exemplares.
Edição bilíngüe: italiano/português.
Dino Campana [1885-1932]: A Quimera (Montagna − La Chimera)
Tradução: Gleiton Lentz.


"Dois anos antes da publicação de seu único livro publicado em vida, os Cantos Órficos, o poeta italiano Dino Campana [1885-1932] já havia publicado alguns de seus poemas em revistas literárias como Il Papiro e Il Goliardo. Em dezembro de 1912, nas páginas da revista bolonhesa Papiro, publica o poema Montagna — La Chimera, sob o pseudônimo de Campanone; esta será a primeira versão publicada do célebre A Quimera dos Cantos Órficos, de 1914. Na mesma edição publica Dualismo — Ricordi di un vagabondo (Lettera aperta a Manuelita Tchegarray), poema dessa vez firmado com o pseudônimo de "Din-Don"; a mesma "carta aberta" será incluída em seu livro sob o título Dualismo, não obstante uma série de variações. As três composições presentes nesta plaquette — formato próprio para um poeta tipicamente maldito — dão-nos uma mostra da poesia de Dino Campana, antes, portanto, da publicação dos Cantos Órficos [tradução publicada pela Nephelibata em 2004], cujo livro foi o primeiro a introduzir, em solo italiano, os poèmes en prose, típico procedimento já usado pelos simbolistas franceses, ou os poemetti in prose, como os chamava o próprio poeta. Isto, com exceção do poema A Quimera, escrito em verso livre, e que também já manifesta uma inequívoca transgressão da tradição." [Gleiton Lentz].




Suspenso e Alheio [ou as minhas reticências sinceras]
- Jéferson Dantas
Plaqueta em papel pólen bold, 36págs.
Formato 12x16cm.
(2a.) Tiragem de 50 exemplares.


Jéferson Dantas é natural de Bagé/RS. Historiador e Mestre em Educação. Professor universitário. Articulador dos estudos do currículo da Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz na cidade de Florianópolis/SC. Compositor e letrista. Escreve poemas e contos nas noites insones.
[Prosa poética]







Nephelibatas em movimento