Giánnis Ritsos
Pequena Suíte em Vermelho Maior (2004)
Brochura, em papel pólen bold 90gr, 100págs.
Formato: 18x14cm.
(2a.) Tiragem de 30 exemplares.
Edição bilíngüe: grego/português.
Tradução de Miguel Sulis, Apóstolo Nicolacópulos e Marcelo Jolkesky

[esgotado]

- Poemas eróticos -
"Giánnis Ritsos (1909 Monenvassia - 1990 Atenas) um dos maiores, e mais prolíficos, poetas da Grécia, foi membro ativo da resistência nacional e no período de 1948 a 1952 permaneceu exilado em campos de concentração. Em 1956 foi laureado com o 1º prêmio nacional de poesia pela sua “Sonata ao luar”. Recebeu também o grande prêmio internacional de poesia da bienal de Knokk-le-zont (Bélgica, 1972), o prêmio internacional Dimitrov (Bulgária, 1975), o prêmio Alfred de Vigny (França) e o prêmio Lênin da Paz (URSS), ambos em 1977." [Miguel Sulis].



Dino Campana
Cantos Órficos (2004)
Brochura, 180págs.
Formato: 20x14cm.
Tiragem de 30 exemplares.
Edição bilíngüe: italiano/português.
Tradução, introdução e notas de Gleiton Lentz.

[esgotado]

"Poeta italiano, Dino Campana (1885-1932), foi causa de muitas incertezas no campo literário, ora por motivos poéticos, ora pelo rechaço social que o envolveu. Contudo, a poesia do único maledetto das letras itálianas é aquela que, em ausência da crítica, e realmente contra a crítica, do acaso resultou em um amanhecer. Sua única obra deixada em vida, os Cantos Órficos (1914), retomavam e propunham, de um modo original, na Itália, a grande tradição da poesia simbolista, enriquecendo-a, no entanto, com todas as novas experiências, em particular o orfismo. Seus versos, poemas em prosa, encontram seu núcleo na ânsia de alcançar uma verdade que se lhe apresenta permeio a um caos místico, seu símbolo visivo, e nele instilam imagens em sobressaltos, lampejos, fragmentos que tais quais uma fenda sobre o mar do ser oferecem o espasmo do inexprimível e a ruptura da construção lógica pela busca de um ritmo musical envolvente e único.
Desta forma, a tradução que ora chega é a primeira a apresentar, no Brasil, a partir de um exame meticuloso do original, os Cantos Órficos em seu texto integral, em edição bilíngüe, que, tal como os sentidos ocultos que se encontram atrás da ordem aparente das coisas, é núncia igualmente de uma miríade de segredos que vêm expressos em formas intricadas, cuja compreensão se dá somente a poucos iniciados." [Gleiton Lentz]



Delmira Agustini
Líricas (2005)

Brochura, em papel pólen soft 80gr, 172págs.
Formato: 20x13cm.
Tiragem de 40 exemplares.
Edição bilíngüe: espanhol/português.
Tradução, apresentação e notas, de Gleiton Lentz.

[esgotado]

Trata-se da primeira publicação, em livro, da poeta uruguaia Delmira Agustini (1886-1914) no Brasil.
"Não obstante, naquela época de colisão entre os séculos XIX e XX, conforme setenciara o nicaragüense Rubén Darío, não existiram escolas, mas poetas. Um vasto e múltiple movimento tomava força nos países de língua hispânica e, como se mil anos nos separassem dela, tal qual uma antiga legenda, a geração do 900, na tradição literária uruguaia, figura, mesmo após um século, como ponto de referência de uma época chave da literatura do Uruguai, representando, sobretudo, uma zona de retorno à atmosfera dos cafés e cenáculos literários e à qualidade das obras então produzidas no país platino.
Parte da atração que esta legenda exerce provém, como cálice de estranho licor aos arroubos da alma, do efeito que causa a leitura da obra lírica da poeta Delmira Agustini. Representante do modernismo uruguaio e conseqüentemente da voz feminina nas letras daquele país, a poesia de Delmira revela, poema a poema, com admirável concisão expressiva, um cosmos amplíssimo e inesgotável de imagens extremamente fortes, arrebatadoras, onde a sexualidade e o desejo insaciado predominam no centro do discurso poético. Filtrada pelo primor da liberdade estética e pela música, sua poesia desconcerta: primeiro, devido à fecundidade e à riqueza metafórica de sua linguagem; em segundo lugar, devido aos assomos da carne sobressaltada com sua nudez própria em cantar o amor inebriada por Eros." [Gleiton Lentz].


Conde de Lêmur
Enquanto os Tempos Forem Nublados Estarás Só (2006)
Brochura, em papel pólen bold 90gr, 88págs.
Formato: 18x14cm.
Tiragem de 50 exemplares.

[esgotado]

"Alguns nascem póstumos, escreveu n'algum lugar Nietzsche. E este dístico cabe bem ao meu incógnito amigo, Conde de Lêmur. O lugar, se é que há um para sua verve, é o passado. Seus irmãos de estro estão lá pelos fins do século XIX, rebatendo a língua culta contra os muros do populacho, forjando imagens interiores para os raros – de espírito e de intelecto –, mestres sinistros da poesia etérea, filhos do longínquo país do Símbolo, habitantes de ermas Torres... Que bom que nascem póstumos, pois só assim vimos como a poesia planta raízes na alma dos Eleitos, que são sempre os emparedados, em qualquer época e lugar. E assim sendo, permanecem herdeiros fiéis das liras antigas, da poesia d'outrora, e estrangeiros, no tempo e no espaço – como o é este insigne Conde, e seu canto, provindo da distante e extraordinária Lemúria..." [Francisco Chelyfer].



Maiara Gouveia
Pleno Deserto (2009)
Brochura, em papel reciclado, 88págs.
Formato: 20x13cm.
Tiragem de 60 exemplares.

[esgotado]

Pleno Deserto é uma peregrinação sedenta e aquosa pelo vazio que é plenitude; pela plenitude que é vazio.” [Mário Dirienzo].
"Tessitura de música e imagens e, ao mesmo tempo, negação do esteticismo, Pleno Deserto devolve a linguagem à sua foz e à sua nascente: o corpo. Embora o trabalho formal venha sublinhado em alguns belíssimos poemas de cunho imagético, como “Poliedro”, “Alba” e “Onírico”, entre outros, sua poética se enraíza no mito fundador, em um domínio telúrico, anterior às palavras, e que confere sentido ao mundo. Porque primeiro houve o toque, uma extensão da vista; houve o movimento, a percepção de tempo, espaço. Muito antes de ser dito, o mundo foi tocado, apreendido; captado, antes de ser inteligido em estruturas." [Rodrigo Petronio]
Maiara Gouveia nasceu em 1983, em São Paulo. Publicou ensaios, poemas e artigos em revistas virtuais e impressas do Brasil e de outros países. Na Universidade de São Paulo (FFLCH - USP), desenvolveu trabalho de pesquisa acerca da obra de Cesário Verde. Trabalha no mercado editorial há algum tempo, oferecendo serviços como preparadora de textos e leitora crítica, sobretudo de material didático e livros infantis. Em 2006, foi finalista do Prêmio Nascente − USP, com o livro de poemas O Silêncio Encantado. A obra inaugural sofreu alterações e hoje se chama Pleno Deserto (Edições Rumi). [Contato. maiaragouveia@gmail.com]


Rodrigo Petronio
Dentro da Estrela Branca (2009)
Brochura, em papel reciclado, 60págs.
Formato: 20x13cm.
Tiragem de 100 exemplares.

[esgotado]

Rodrigo Petronio nasceu em 1975, em São Paulo. É editor, escritor, professor e pesquisador. Formado em Letras Clássicas e Vernáculas pela USP. Professor e coordenador da Academia Internacional de Literatura (AIL) e do Centro de Estudos Cavalo Azul, fundado pela poeta Dora Ferreira da Silva, bem como coordenador de grupos de leitura do Instituto Fernand Braudel. Trabalha no mercado editorial há mais de dez anos, e atualmente presta serviços para diversas editoras, sobretudo na área de livros didáticos e infanto-juvenis. Colabora para diversos veículos da imprensa. Recebeu prêmios nacionais e internacionais nas categorias poesia, prosa de ficção e ensaio. Tem poemas, contos e ensaios publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Participou de encontros de escritores em instituições brasileiras e em Portugal. É autor dos livros História Natural (poemas, 2000), Transversal do Tempo (ensaios, 2002) e Assinatura do Sol (poemas, 2005), este último publicado em Portugal, e organizou o livro Animal Olhar (Escrituras, 2005), primeira antologia do poeta português António Ramos Rosa publicada no Brasil. É membro do conselho editorial da revista de filosofia, cultura e literatura Nova Águia (Lisboa). Lançou, pela editora A Girafa, o livro de poemas Pedra de Luz, finalista do Prêmio Jabuti 2006. Foi congratulado com o Prêmio Academia de Letras da Bahia/Braskem de 2007, com a obra Venho de um País Selvagem (Topbooks, 2009).



Giorgos Seféris
Conto & Gimnopédia (2010)
Brochura, em papel pólen bold 90gr, 88págs.
Formato: 20x13cm.
(2a.) Tiragem: 40 exemplares.
Bilíngüe: grego/português.
Tradução e notas de Roger Sulis, Apóstolo Nicolacópulos e Marcelo Jolkesky.

[esgotado]

"Giorgos Seféris (1900-1971), prêmio Nobel de 1963, é considerado um dos maiores representantes da geração de 30, que introduziu o simbolismo na literatura grega moderna. Superando as lições aprendidas com o simbolismo, e assimilando as lições aprendidas com Kaváfis, o "Conto", marca o início da poesia e estilo característicos de Seféris. As 24 peças do livro são narradas por viajantes exilados, contemporâneos e ancestrais ao mesmo tempo, em uma língua difícil, contemporânea e ancestral. Nessa língua, contudo, sua voz é límpida e inequívoca." [Miguel Sulis]



Ian Curtis
Jogo de Sombras (2010)
Brochura, em papel pólen bold 90gr, 78págs.
Formato: 18x14,5cm.
Tiragem de 50 exemplares.
Bilíngüe: inglês/português.
Tradução de Gleiton Lentz.

[esgotado]

"Ian Kevin Curtis nasceu em Manchester, Inglaterra, em 15 de julho de 1956, mas se criou em Hurdsfield, Macclesfield. Letrista e vocalista da banda Joy Division, desde cedo mostrou inclinação para a poesia. Leitor dos românticos do século XIX, de Nietszche e Kafka, de Burroughs e J.G. Ballard, iniciou compondo versos esporádicos até culminar na música e assumir o vocal da banda em 1976.
Enquanto atuava na Joy Division, tornou-se conhecido por seu comportamento introvertido e sombrio, atribuído especialmente ao tom de isolamento, alienação e decadência urbana de suas letras, por seu estranho timbre de voz baixo-barítono que impregnava de obscuridade as canções do grupo, e por desenvolver um estilo de dança bastante particular que evocava os ataques epilépticos dos quais sofria.
Essa atmosfera obscura percorrerá os dois álbuns da banda, Unknown Pleasures (Prazeres Desconhecidos), lançado em junho de 1979, e Closer (Mais Perto), em julho de 1980, aqui traduzidos. Álbuns que poderiam ser considerados os dois únicos livros de Ian Curtis publicados em vida, cujos versos fizeram com que a banda Joy Division fosse até hoje cercada por uma atmosfera de culto e mitologia e seu letrista considerado um dos principais poetas malditos de sua geração e da história do rock." [Gleiton Lentz]


Giánnis Ritsos
- Grecidade (2011)
Brochura, em papel pólen bold 90gr, 56págs.
Formato: 20x14cm.
Tiragem de 50 exemplares.
Edição bilíngüe: grego/português.
Tradução de Miguel Sulis, Apóstolo Nicolacópulos e Marcelo Jolkesky

R$ 16,00 (+ R$ 8,00 - registro módico)

“O leitor não familiarizado com Giánnis Ritsos (1909 Monenvassia - 1990 Atenas) pode, aqui, começar a desfiar a imensa trama de sua obra poética em um dos pontos principais. Afinal, Ritsos é mais conhecido do público grego como o “poeta da Grecidade”. O termo designa não só o conjunto da nação, a felicidade ou infelicidade de ser grego, mas também o helenismo em sua diacronia. E os que anseiam conhecer algo dessa Grécia, não catalogada nas agências de turismo, não registrada nos clássicos, mais profunda, mais mística, podem encontrá-la plena na obra de Ritsos e especialmente em “Grecidade”.” [Miguel Sulis].



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H. P. Lovecraft - Os Fungos de Yuggoth (2011)
Brochura, em papel pólen soft 80gr, 112págs.
Formato: 20x14cm.
Tiragem de 60 exemplares.
Edição bilíngüe: português/inglês (texto não espelhado).
Tradução de Nicolau Saião.

[esgotado]

“Sendo os Fungi, como são em grande parte, uma simulação de poesia, vão ao encontro no outro lado do espelho das surpreendentes efabulações engendradas pelo Autor que, diga-se a talhe de foice, nunca viu um livro de sua lavra ser dado a lume em editora profissional e jamais recebeu em vida (e muitos anos após a sua morte) a menor consideração dos habitantes desses lugares onde, presumivelmente, se fazem as sólidas reputações dos escritores ou dos pretendentes: as universidades e as academias d’aquém e d’além mar.
No que respeita aos Fungi, sublinhe-se que o acervo a partir do terceiro poema se dispersa enquanto unidade conseqüente — e é isso precisamente que, a meu ver, faz o seu encanto e acaba por lhe conferir outra significação mais poderosa. Ao excursionar num mundo a meio caminho entre o sonho e as encenações, digamos, de cariz cinematográfico experimental tal como hoje as conhecemos (HPL era um cinéfilo fervoroso, posto que o não confessasse a todos), o autor deixa perceber que estaria no seu primeiro intuito ir singrando numa progressão dentro da qual se passaria dum texto a outro numa seqüência temática lógica e pautável que seria como que o diário de uma experiência limite no mundo lírico terrorífico. Mas como num relato surreal, ou onírico, o que está em baixo passa a estar em cima ou dos lados; os poemas vão aparecendo sem que aparentemente haja uma razão lógica para estarem ou não estarem naquele ou noutro sítio. Porque aparece este no décimo-segundo lugar? E porque não em sétimo, em vigésimo ou em quinto? Na verdade, os poemas são na sua maior parte primos carnais dos seus contos, o mundo neles descrito é tributário do das novelas mas transfigura-se, transmuta-se e finalmente, no derradeiro poema, revela a sua real figura, o seu espelho filosofal. Em os Fungi, deliberadamente ou não, Lovecraft conta de facto histórias em verso, histórias condensadas ou fragmentárias que, por subtil inflexão, deixa que apontem noutra direcção dependente de um mundo “mais real que este que conhecemos”(sic). O tom próprio das baladas irlandesas, das canções de taberna ou de marinheiros (que todas ele conhecia bem) ou os laivos emprestados por E. A. Poe, são o veículo de que se serve para que elas se tornem significativas, verossímeis ou mesmo possíveis. Ficaremos totalmente esclarecidos se lermos e consultarmos os seus outros poemas (a lista completa vai em anexo). HPL, que modestamente se considerava um escritor de segunda ordem, efectuou sempre, com alguma angústia, à mistura uma navegação à vista, mas olhando frequentemente para bem longe. Sendo fundamentalmente um entusiasmado leitor (aprendeu a ler aos três anos e nunca mais parou), era um navegador sem norte e sem estrela, emendo: com a estrela da maravilha, mesmo que horrífica e devastadora, um poeta seminal que a exemplo do sucedido com outro feiticeiro — Raymond Chandler, mediante as novelas policiais — precisamente devido à sua ingenuidade frente ao sublime, à sua sinceridade na simulação, continua a encantar-nos.” [Nicolau Saião]
*
“Quando, aos dezesseis anos, li Lovecraft pela primeira vez, uma sensação de encantamento me acometeu. Era então este o autor cuja literatura eu ouvira diversas vezes a roda dos amigos de meu pai elogiarem quer pela sua capacidade inventiva quer pelos mundos de estranheza que descrevia?
A breve trecho percebi que o que fazia a magia deste escritor tão original era a imensa capacidade de criar um realismo sem as fronteiras habituais de tempo e lugar. Na obra de H. P. Lovecraft, seja nos contos, seja nos poemas, seja na sua correspondência, sentimos como que um alargar das possibilidades do que é concebível e verificável, de tal modo significativo que acaba por nos devolver a confiança nos poderes dum pensamento criador ao mais alto nível.” [João Garção]

Conteúdo deste volume :
Prólogo: HPL e os monstros simulados.
Os poemas: Os Fungos de Yuggoth / Funggi From Yuggoth.
Anexos: Lovecraft e a Lua Negra / Última carta de Lovecraft / Alguns poemas de Lovecraft além dos Funggi / Lovecraft, o profeta dos abismos.

De Lovecraft confira também A Música de Erich Zann, livro de contos.

 
Nicolau Saião (Monforte do Alentejo, 1949, Portugal): Poeta, tradutor, publicista, ator-declamador e artista plástico. Proferiu palestras e participou em mostras de Mail Art e exposições em diversos países. Autor de Os objectos inquietantes, Flauta de Pan, Os olhares perdidos [publicado no Brasil pela editora Escrituras, 2006], Passagem de nível, O armário de Midas, Escrita e o seu contrário (a publicar). Tem colaboração dispersa por jornais e revistas nacionais e estrangeiros (Brasil, França, Estados Unidos, Cabo Verde, Argentina...).




Renato Suttana - Outros Bichos (2011)
Brochura, em papel pólen bold 90gr, 100págs.
Formato: 20x12,5cm.
Tiragem de 60 exemplares.

[esgotado]

“Renato Suttana propõe-nos neste livro uma continuação da demanda iniciada numa colectânea de poemas anterior, intitulada Bichos. Tal como no livro precedente, um punhado de textos em geral curtos apresenta-nos um conjunto de animais que acolheram o olhar e/ou a simpatia do autor empírico. Estáticos na sua maioria, os quadros onde os diversos seres surgem sobressaem pelo seu poder legendário. Sem ser biólogo, Suttana observa cada um dos bichos com cuidados de analista e apresenta-nos o seu relato que, se não conflui com os territórios da fábula, também não se limita à mera representação de atitudes e características. Investiga, escava, interpreta e apresenta essa parcela da vasta realidade que cerca o ser humano, procedendo a uma constante interrogação sobre o outro, até atingir leituras, provisórias mas válidas (como todos os textos saídos da Arte), que tanto podem assumir a forma de uma legenda quanto a de um aforismo versificado (e, quantas vezes, subvertido pelas exigências da dúvida perante o segredo), passando ainda por micronarrativas que nos seduzem pelo seu poder de sugestão e de evocação." [Ruy Ventura]
Renato Suttana (1966) é professor da Universidade Federal da Grande Dourados e autor dos livros Visita do fantasma na noite (2002), O livro da noite (2005), João Cabral de Melo Neto: o poeta e a voz da modernidade (2005), Bichos (2005), Uma poética do deslimite: poema e imagem na obra de Manoel de Barros (2009), Fim do verão (2009), Bicicletas (2010) e Qualquer um (2010), além de outros editados em formato eletrônico na internet. Tem traduzido para o português contistas e poetas de língua inglesa e espanhola



Antonio Miranda - Criador de Mim (2012)
Brochura, em papel pólen bold 90gr, 52 pgs.
Formato: 20,5x14cm
Tiragem de 69 exemplares.
Com capa e dois retratos do autor por Roland Grau.

[esgotado]

A poesia surpreende! Grita dentro do poeta, dentro do eu que não se contenta com a condição de ente. A poesia obriga o poeta a abandonar a condição de objeto, de coisa feita, para se fazer e refazer-se em linguagem, para se substantivar, porque não basta nascer, não basta pertencer à humanidade, sendo homem; é preciso conquistar o humano, chegar ao sublime; e isso só é possível criando-se, recriando-se, convertendo-se em linguagem, pronunciando-se e conjugando-se em verbo, em palavra segunda-primeira. Essa necessidade metafísica, semelhante à deusa temida da mitologia grega, a ponto de Zeus curvar-se perante ela, sentimo-la nos poemas de Antonio Miranda, já a partir do título, Criador de mim, porquanto o ser lírico, na profundidade de quem se quer realmente humano e sublime, recria-se, sopra sobre si um novo logos. Mas, não se trata de um criar-se instantâneo; sim, da constituição da imatéria que é matéria, porque procura e achamento que envolvem o outro lado do ser, a sua dimensão metafísica.

O mais estranho nessa poética do criar a si mesmo, no entanto, reside exatamente no sopro e no objeto. O sopro seria o metafísico, o aparentemente contraditório da acão de ser criador de si mesmo. O objeto, o barro, em sua profunda simplicidade, reconstrói-se em imagens aparentemente reais, compostas em uma linguagem que se mostra com todos os is, como se denotativa fosse. Assim o sentimos ao lermos os versos Partes de mim eu não admito./ Escondo, extirparia com um bisturi, pois a imagem parece sair do espelho e ferir quem a vê e a lê. Entretanto, o poeta dá a receita, revela o sagrado ato de compor-se, pois a palavra, no poema, é múltipla. Por isso, Toco a lira de Pilatos, lavo as mãos/ como Nero, nas Sagradas Escrituras/ busco os segredos, os degredos, os medos./ Palavras. A retomada do sagrado, tão intensamente estudado atualmente, revela o como criar-se, o como ser criador de si: a Palavra. [José Fernandes, da Universidade Federal de Goiás]


Versão eletrônica : aqui.
Página de Antonio Miranda.


Gérard Calandre - Vestígios (2012)
Brochura, em papel pólen bold 90gr, 62 pgs.
Formato: 20,5x14cm
Tiragem de 50 exemplares.
Tradução e prólogo de Nicolau Saião..

R$ 16,00 (+ 7,00 - registro módico)

Gérard André Loison Calandre nasceu em 1952 na Bretanha, França. Viveu em Itália, trabalhando e leccionando na cidade de Messina. De formação científica e amigo da philosophia, tem-se mantido afastado do mundo das Letras. Poeta e autor de artigos críticos e de textos sobre o seu ramo profissional. Visitou Portugal em 1992 e 1997. Após o falecimento de sua mulher foi viver para o Canadá francófono, entregue à sua tarefa própria de “laboreur au four”. Colaborou, entre outras, nas revistas “DiVersos” – dir. José Carlos Marques, “Bicicleta” – orientada por Manuel Almeida e Sousa, “Agulha”(Brasil) – dir. Cláudio Willer & Floriano Martins, “Abril em Maio” de Eduarda Dionísio, ”TriploV” de Maria Estela Guedes, etc.

Nicolau Saião (tradutor): Monforte do Alentejo (Portalegre) 1946. É poeta, publicista, actor-declamador e artista plástico. Reside no agregado populacional de Atalaião. Participou em mostras de Arte Postal em países como Espanha, França, Itália, Polónia, Brasil, Canadá, Estados Unidos e Austrália, além de ter exposto individual e colectivamente em lugares como Lisboa, Paris, Porto, Badajoz, Cáceres, Estremoz, Figueira da Foz, Almada, Tiblissi, Sevilha, etc. Em 1992 a Associação Portuguesa de Escritores atribuiu o prémio Revelação/Poesia ao seu livro “Os objectos inquietantes”. Autor ainda de “Assembleia geral” (1990), “Passagem de nível”, teatro (1992), “Flauta de Pan” (1998), “Os olhares perdidos” (2001), “O desejo dança na poeira do tempo”, “Escrita e o seu contrário” (a sair). No Brasil publicou “Olhares perdidos” (Escrituras, 2006), antologia organizada por Floriano Martins. 


Giacomo Leopardi - Cantos (2014)
Brochura, em papel pólen soft 80gr, 160págs.
Formato: 20x14cm.
Tiragem: 60 exemplares.
Tradução de Renato Suttana.

R$ 30,00 (+ R$ 8,00 - registro módico)
Aquisiçãoedicoes.nephelibata@gmail.com

Giacomo Leopardi (1798-1837) nasceu em Recanati e faleceu em Nápoles, na Itália. Considerado um dos grandes poetas italianos, sua obra é marcada pela melancolia, pelo pessimismo e por certo ceticismo característicos de seu tempo. É autor das Operette Morali (1824), dos Versi (1826) e dos Pensieri (1837), que refletem influências do romantismo alemão. Suas anotações pessoais foram publicadas postumamente, sob o título de Zibaldone di pensieri, em 1898. Seus poemas mais importantes, escritos ao longo de vários anos, foram recolhidos na coletânea Canti (primeira versão de 1835), aqui traduzida, que o tornaram mundialmente famoso e reconhecido como um dos principais escritores do século XIX.

Renato Suttana é professor da UFGD (Brasil) e autor dos livros Visita do Fantama na Noite (poesia, 2005), João Cabral de Melo Neto: o Poeta e a Voz da Modernidade (ensaio, 2005), Bichos (poesia, 2005), Bicicletas (poesia, 2010), Qualquer Um (poesia, 2010), Outros Bichos (poesia, 2011) e Conversa de espantalhos (poesia, 2012), entre outros. Escreve sobre literatura e tem ensaios publicados em periódicos acadêmicos no Brasil. Traduziu para o português poetas e contistas de língua inglesa e espanhola. Mantém na internet o site O Arquivo de Renato Suttana, onde publica trabalhos de sua autoria e de colaboradores.

Pela Nephelibata publicou Outros Bichos (poesia) e as traduções de Howard Phillips Lovecraft: A Música de Erich ZannAmbrose Bierce: Um Cavaleiro no Céu e, a sair, Charles Baudelaire: Elevação e outros poemas.




Fernando Monteiro - Mattinata (2017) - 2a. edição
Brochura, em papel bold 90gr, 92 pgs.
Formato: 20x14cm
Tiragem de 60 exemplares.


R$ 25,00 (+ R$6,00 de envio - registrado econômico)

Co-edição: Sol Negro Edições / Edições Nephelibata

Os três poemas deste livro de FERNANDO MONTEIRO prosseguem a meditação iniciada com o seu Vi uma foto de Anna Akhmátova (Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2009). E vão em direções até certo ponto convergentes, desde o primeiro – o “Mattinata” do título geral –, no cenário de intimidade das horas finais de uma relação amorosa, sendo personagens a voz interrogativa de um homem a contemplar a amante que ainda dorme no quarto de um hotel e também a cidade (estrangeira?) na qual essa separação coincide com o começo da manhã a se insinuar na dobra das coisas.
O segundo poema recua longamente no tempo: parece inscrito em lápides romanas que murmurassem algum daqueles segredos “que não são para se contar”. E essa intenção se desloca da forma para evocar também o tema da ruína da ruína, ou seja, a situação da própria civilização em tempos de vulgaridade extrema.
O terceiro e último poema desdobra o eco dessa “vulgaridade” no âmago da cultura, a partir de uma espécie de elegia em torno da morte do poeta Roberto Piva, ocorrida em 2010. Pós-beatnik até o amargo fim, Piva se manteve “selvagem” a vida inteira, avesso ao comércio literário de todos os tipos, e, quando morreu quase como indigente num hospital de São Paulo, ninguém pareceu perceber o dedo acusador por ele apontado através de um verso (retirado de Hölderlin) citado em praticamente todos os necrológios do rebelde paulista:
E para que ser poeta em tempos de penúria?
A partir desse “mote” – e de uma forma bem diferente daquela dos poemas anteriores – de alguma maneira a grandeza e a miséria (para lembrar um título de Alfred de Vigny) da Poesia em épocas de “penúria”, passam a estar no centro indignado do quase “manifesto” que, aqui, revolve a própria música do verso e confronta, igualmente, o modus da sua recepção num mundo “antipoético” por excelência, conforme muitos denunciam o tempo presente. [Os editores]

Versão eletrônica : aqui.




Renato Suttana - Altiplano (2017)
Brochura, em papel polen soft 80gr, 124págs.
Formato: 20x14cm.
Tiragem de 70 exemplares.

R$ 24,00 (+ R$6,00 de envio - registrado econômico)

Renato Suttana planta às margens dos grandes centros culturais (e editoriais) do país um livro após outro ao longo de mais de uma década, formando uma bibliografia não apenas significativa, mas também substancial. Isso porque seus livros são pensados, criados e refletidos dentro de uma concepção que se poderia dizer clássica, medida entre o subjetivo e o objetivo, entre a liberdade do verso livre e os rigores da metrificação.
  E a novidade aí não está na subordinação aos rigores da forma (nestes tempos de falta de rigor), mas no inverso: no uso dos rigores da forma para servir as flexibilidades e belezas da língua portuguesa.
  Esse seu domínio da forma, que também lhe é utilíssima no seu ofício como tradutor de poesia (que vai de Petrarca a Baudelaire, e de Blake a Lovecraft), lhe permite fazer uma poesia mais fluída e sonora, de uma musicalidade muitas vezes verlaineana.
  Sua poesia, que se mantém em equilíbrio entre o subjetivo e o objetivo, algumas vezes em tons biológicos (bichos, pássaros, árvores), outras vezes em tons tipicamente noturnos (noite, sono, escuridão), tem também seu pendor para o metafísico, para aquele inominável sentimento de sermos partícipes de alguma grandeza oculta, ou do pesado sentimento da completa vanidade de tudo.
  Seja nos versos regidos sob a métrica, seja em versos livres, percebe-se uma fluência e uma unidade subterrânea que lhe é peculiar. Sem ser intimista, Renato Suttana e sua poesia parecem fundir-se numa unidade.
  Altiplano se constitui, assim, dentro da imensa floresta da poesia nacional, justamente o que o nome diz, um Altiplano.
Camilo Prado






H. P. Lovecraft - Desespero - poemas (2018)
Brochura, em papel pólen soft 80gr, 132págs.
Formato: 20x14cm.
Tiragem de 70 exemplares.
Tradução e apresentação de Renato Suttana.

R$ 30,00 (+ R$ 8,00 - registro módico)

H. P. Lovecraft (1890-1937), nascido em Providence, Rhode Island (EUA), é considerado um dos renovadores da literatura fantástica do século XX.
  Apesar de ser mais conhecido como contista, entregou-se à poesia com empenho técnico admirável e fez dela uma atividade constante e vitalícia (segundo notícia que nos dão os seus biógrafos, o autor já escrevia poemas aos seis anos de idade, tendo aprendido a ler com apenas três). Sem deixar um único livro publicado em vida, sua obra poética, esparsa e dispersaintegra-se amplamente ao imaginário dos seus textos em prosa, constituindo-se, como se verá, frente a eles como uma espécie de prolongamento.
  E aqui o leitor tem então em suas mãos uma seleta desses poemas dispersos de Lovecraft, incluindo o longo Psychopompos: uma história em versos.

Renato Suttana (1966) é professor da Universidade Federal da Grande Dourados e autor dos livros Visita do fantasma na noite (2002), O livro da noite (2005), João Cabral de Melo Neto: o poeta e a voz da modernidade (2005), Bichos (2005), Uma poética do deslimite: poema e imagem na obra de Manoel de Barros (2009), Fim do verão (2009), Qualquer um (2010), Rapinário (2015) e Quando me abriram portas (2017), além de outros editados em formato eletrônico na internet. Tem traduzido para o português contistas e poetas de língua inglesa e espanhola.

  Pelas Edições Nephelibata publicou Outros bichos (2011), Altiplano (2017) e as traduções: A música de Erich Zann (2011) de H. P. Lovecraft, Um cavaleiro no céu (2011) de Ambrose Bierce, Cantos (2014) de Giacomo Leopardi e Elevação e outrospoemas (2018) de Charles Baudelaire.






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